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terça-feira, 16 de janeiro de 2007

A Cratera do metrô e a mídia

Sexta-feira, dia 12, por volta das 15:00, a capital paulistana parou para acompanhar uma tragédia: no canteiro de obras da futura linha 4 do metrô, no bairro de Pinheiros, abriu-se uma enorme cratera, que lembrava muito as crateras da lua. Mas ao contrário desta, equipamentos, caminhões e vidas foram tragadas.
Todos nós, querendo ou não, acompanhamos esses terríveis eventos durante toda a semana passada, eventos estes onde não faltaram personangens: os heróicos bombeiros, incansáveis no resgate das vítimas, os políticos, os moradores das casas próximas as obras, as famílias das vítimas, que durante uma semana não arredaram o péu do local, até terem notícias dos seus familiares e a mídia, que a todo momento trazia novidades sobre o ocorrido. Cada um desempenhou seu papel dentro desse drama urbano. Mas há de se destacar o papel da televisão durante o desenrolar dos fatos. Cobertura de quase 24 horas, dando todas as informações pertinentes e impertinentes, reportagens especiais com especialistas em terrenos para escavação, engenheiros, enfim, tudo que poderia explicar como tal fato tinha ocorrido.
Mas houve um momentos em que não haviam novidades a serem divulgadas, e foi a partir daí que fomos obrigados a ver reprises de imagens que ja haviam sido veículadas anteriormente e boletins que divulgavam a cada cinco minutos....nenhuma novidade do que havia noticiado nos cinco minutos anteriores! Fora o show de apresentadores escandalizados, que gritavam e xingavam políticos, dizendo que isso é uma vergonha e isso e aquilo! Ou seja, o que era pra ser uma prestação de serviços, acabou se tornando um circo, com os palhaços da mídia dando espetáculo, para uma população que estava ávida por notícias.
Quando os bombeiros resgataram a suposta última vítima do acidente (foram seis ao todo), a mídia ja não dava a mesma importância para o ocorrido e assim, questões relevantes ainda ficaram sem resposta: A obra vai continuar? Se sim, quais as medidas serão tomadas para que não ocorra uma nova tragédia? E as famílias que perderam parentes, como ficarão daqui por diante? As pessoas que perderam suas casas, que foram condenadas por estarem próximas a cratera, como viverão daqui em diante? E o mais importante, será que a mídia vai cumprir seu papel, de, esquecendo o sensacionalismo barato de alguns apresentadores boçais, que é apurar os fatos, mostrar o papel da justiça para punir possíveis responsáveis, e acompanhar os casos dessas famílias que perderam suas casas em prol do progresso? Até a próxima tragédia, eu espero que sim!

Um comentário:

Emerson disse...

Se fosse obra do Dr.Paulo... Hahahah!!!